sábado, 30 de abril de 2016

Sim, os bebês entendem tudo e respondem!



Os bebês vivem nos surpreendendo. Muitas vezes, parece que não estão prestando atenção em nada do que dizemos e, de repente, fazem algo que nos mostra que entenderam tudo. Pode ser por meio de um gesto, um olhar, uma sílaba ou uma gargalhada, o fato é que eles já se comunicam e cabe ao adulto ajudá-los no processo de aquisição da linguagem. A professora Ivone Klingbeil da Cruz, da CMEI Professora Clarice Rocha da Rosa, em Curitiba, sabe da importância de escutar atentamente sua turminha de 4 meses a 1 ano e meio, e sempre se admira com as respostas. "Certa vez, estávamos em um momento de leitura e falei o nome do autor do livro, como sempre fazemos. Ele se chama Jack Tickle. Tempos depois, quando ia citar outros autores, uma das crianças sempre dizia ‘tique’. Vi que havia ali uma tentativa de comunicação em que procurava repetir o nome do autor", conta a educadora.

Silvana Augusto, formadora do Instituto Avisa Lá, explica por que isso acontece: "Mesmo antes de falar, as crianças entendem o que os adultos dizem e conseguem estabelecer formas de se comunicar". E é justamente por isso que atividades de conversação são tão importantes na creche. No período até 3 anos, os pequenos vão enfrentar diversas mudanças e descobertas nas áreas motora, cognitiva e afetiva. Logo que nascem, eles ainda dependem totalmente das pessoas ao redor. Com o tempo, vão adquirindo autonomia, conseguem controlar os próprios movimentos e aprendem a expressar sentimentos e pensamentos.

Para que consiga falar - mesmo já nascendo com o potencial de se expressar por meio de palavras -, a criança precisa da ajuda do adulto. "Ela constrói a linguagem imitando, respondendo ao estímulo dado pelo outro, reproduzindo grunhidos, aprendendo a rir e a produzir sons que no começo não têm o mesmo sentido que têm para nós, mas pouco a pouco vão compondo o que chamamos de linguagem", explica Lino de Macedo, professor do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP).

Garantir esses momentos de conversa com os bebês é essencial não só para a construção da fala, mas também de outras habilidades. É por meio do diálogo que os pequenos aprendem a organizar a memória e começam a reivindicar seu espaço como indivíduos, ocupando futuramente um lugar na sociedade e sendo capazes de expressar seus pontos de vista.

O papel fundamental da escola

Para que todos tenham as mesmas chances de aprender, é essencial que os educadores acompanhem de perto os bebês. A maioria dos pequenos, até chegar à creche, convive principalmente com os adultos responsáveis por seu cuidado, sem ter muitas chances de se expressar de igual para igual. É no ambiente escolar, portanto, que essas oportunidades podem se tornar mais frequentes.

Fica, então, a pergunta: quando começar esse trabalho? A resposta é simples: o mais cedo possível. Até 1 ano, as crianças passam por muitas experiências. Aos poucos, elas começam a ter o controle de seus movimentos e conseguem sentar sozinhas, para depois engatinhar, se levantar e, posteriormente, andar. É nesse momento que passam a segurar objetos e brincar com eles. E a aprendizagem da fala pode entrar nesse contexto.

Como nessa idade muitos bebês ainda não falam, o professor tem de se preocupar em estabelecer outras formas de comunicação. Cada um desenvolve a própria linguagem e é fundamental que os educadores reparem nisso. "Nessa faixa etária, o contato professor-criança é mais importante do que a comunicação em grupo. O educador deve reservar um tempo para conversar com a criança em um diálogo exclusivo", defende Silvana. Uma opção para isso é aproveitar os momentos de cuidado e higiene, como troca de fraldas, banho e alimentação. Olhar nos olhos da criança, contar a ela o que está fazendo, perguntar a opinião são práticas interessantes: "Agora, vamos colocar a sua blusa, olha como ela é bonita. É azul, com bolinhas. Você gosta dessa cor? ".

Aos poucos, torna-se possível realizar atividades que envolvam toda a sala ou grupos menores. Ivone e as educadoras Carla Andressa Andrade e Marcia da Silva Pinto de Souza, que a acompanham em classe, costumam aproveitar atividades cotidianas e falar com a turminha, mesmo que a maioria ainda não responda. Ivone conta, por exemplo, que ao deixar as crianças no cantinho da leitura, fica atenta aos exemplares que mais chamam a atenção e conversa sobre eles. Quando um dos meninos seleciona uma obra, ela começa um diálogo dizendo: "Olha, você escolheu o livro do gato, que legal! Cadê o gatinho aqui, me mostra? Ah, achei, está aqui! Você quer que eu leia? Deixa eu pegar o livro, então. Cadê o Lorenzo, seu coleguinha? Podemos convidá-lo a ouvir a história com a gente, que tal?".

As educadoras adotam uma postura semelhante quando levam as crianças para fora da sala, oferecendo novos cenários e objetos para explorar. Nesses momentos, elas estendem um tapete no gramado e disponibilizam brinquedos. "Vamos passando os objetos, eles pegam na mão e nós levantamos questionamentos e falamos sobre a situação, descrevendo e comentando o que está acontecendo", explica Ivone. "Quando uma criança encontra um que faz um ruído curioso, começamos a falar: ‘Vocês estão ouvindo esse barulho? Olha só, esse brinquedo aqui faz um barulho quando você mexe nele. Parece um passarinho. Como faz o passarinho? ’".

Silvana lembra que, nesses momentos, o educador deve estar atento às diferentes respostas da turma. "É muito comum a criança apontar para alguma coisa. Esse gesto não significa necessariamente que ela quer que o adulto olhe para aquilo. Às vezes, ela quer que o objeto seja nomeado. É importante nomear o que aponta", diz ela.

Ivone também incentiva a interação entre a turma. Para tanto, ela costuma chamar a atenção de uma criança para o que a outra está fazendo. "Nós falamos do colega, comentamos algo sobre a roupa, o brinquedo que ele está usando, se está engatinhando, por exemplo." Ao fazer isso, a docente atua como mediadora e estabelece um diálogo entre eles.

Todas as atividades, embora não sejam organizadas em um projeto, são parte da rotina e exigem planejamento. Uma vez por semana, as três educadoras fazem uma reunião para analisar os resultados e buscar formas de aprimorá-lo.

Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/creche-pre-escola/sim-bebes-entendem-tudo-respondem-conversar-falar-881942.shtml#ad-image-0

sexta-feira, 29 de abril de 2016

Bebês são capazes de aprender muito



"Ela não entende nada do que você diz." "Ele só chora." "Bebês não fazem nada sozinhos." Comentários como esses são comuns quando adultos se referem a crianças até 2 anos. A ideia de que são seres dependentes e alheios ao que acontece à sua volta tem norteado o modo como pais e educadores as tratam. Pesquisa do Ibope Inteligência em parceira com o Instituto Paulo Montenegro (IPM), divulgada em 2014, revela que, para 53% dos brasileiros, os pequenos começam a aprender alguma coisa só depois do sexto mês de vida. Quando perguntados sobre o que é mais importante para o desenvolvimento deles, 51% dos entrevistados disseram ser a ida ao pediatra e a vacinação. Receber atenção dos adultos obteve apenas 18% das respostas.

Pouca gente sabe que essa turma, apesar de muito nova, aprende o tempo todo, entende boa parte do que dizemos e faz coisas sozinha. Basta dar oportunidades e desafios.

Descobertas de todos os gêneros

Na década de 1940, a pediatra austro-húngara Emmi Pikler (1902-1984) geriu o abrigo Lóczy, em Budapeste, hoje Instituto Emmi Pikler. Para lá, levou observações de quando atuava em uma clínica. Elas diziam muito sobre as competências e as necessidades dos bebês. Emmi notara, por exemplo, que a incidência de fraturas era menor em crianças de bairros operários que nas de famílias ricas - mesmo as primeiras tendo hábitos aparentemente mais perigosos, como correr na rua. O dado a fez pensar que a liberdade de movimento seria um impulso para aprender a melhor maneira de cair. Consequentemente, isso se mostrou uma prevenção mais eficaz do que o controle dos adultos. A médica também concluiu que quando o conforto dos bebês era privilegiado e suas escolhas respeitadas, conseguir a colaboração deles em momentos cotidianos, como o da alimentação, se tornava uma tarefa mais agradável para todos.

Gerir o abrigo deu a Emmi a oportunidade de ampliar as observações e analisar como as vivências infantis aconteciam no dia a dia. Daí em diante, optou por enxergar os bebês que chegavam em Lóczy como pessoas que têm preferências, necessidade de afeto e competências.

A proposta de pensar o bebê como alguém que aprende ativamente e, para tanto, precisa de autonomia e de respeito, tem a ver com o que defendem pensadores caros à Pedagogia. Jean Piaget (1896-1980) já dizia que o indivíduo, chamado de sujeito epistêmico, nasce com a capacidade de estabelecer relações por meio das quais desenvolverá seu conhecimento. É também do cientista suíço a ideia de ser essencial a participação ativa de cada ser humano para que haja aprendizagem. As duas prerrogativas são válidas para qualquer idade, inclusive até 2 anos.

Desde o nascimento, temos intencionalidade e responsabilidade por nossas ações. "Cabe ao adulto criar situações e dar espaço para que os pequenos tenham oportunidades de se expressar", explica Lino de Macedo, professor aposentado do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP). De acordo com o docente, para eles, o mundo é uma grande descoberta. Ao nascer, os bebês são apresentados a um universo de formas, texturas e espaços, que deve ser explorado com autonomia.

Os adultos e os colegas de turma fazem parte das novidades a ser desvendadas pelo grupo. O psicólogo bielorrusso Lev Vygotsky (1896-1934) já entendia a Educação como um processo social e esse, por sua vez, como um processo educativo. Quer dizer que toda interação no ambiente escolar é um ato de ensino - inclusive situações que reforçam o vínculo entre adultos e bebê - e uma vivência para a aprendizagem. Sobre essa questão, o educador francês Henri Wallon (1896-1934) destacou a afetividade como um dos campos funcionais sobre os quais se estrutura a cognição. Assim, com trocas afetivas, a criança é capaz de conhecer o mundo. Mas o fato de que os bebês interagem, aprendem e constroem conhecimentos antes mesmo de falar muitas vezes é ignorado. "Eles precisam ser respeitados como qualquer ser humano, e não serem tratados como bonecos, que só devem estar limpos, cheirosos e bem alimentados", fala Mariana Americano, formadora do Instituto Avisa Lá.

Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/creche-pre-escola/bebes-sao-capazes-aprender-muito-desafio-vivencia-797080.shtml

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Princípios e metas da psicomotricidade infantil

A psicomotricidade, como estimulação aos movimentos da criança, tem como meta:
*    Motivar a capacidade sensitiva através das sensações e relações entre o corpo e o exterior (o outro e as coisas).
*    Cultivar a capacidade perceptiva através do conhecimento dos movimentos e da resposta corporal.
*    Organizar a capacidade dos movimentos representados ou expressos através de sinais, símbolos, e da utilização de objetos reais e imaginários.
*    Fazer com que as crianças possam descobrir e expressar suas capacidades, através da ação criativa e da expressão da emoção.
*    Ampliar e valorizar a identidade própria e a autoestima dentro da pluralidade grupal.
*    Criar segurança e expressar-se através de diversas formas como um ser valioso, único e exclusivo.
*    Criar uma consciência e um respeito à presença e ao espaço dos demais.

  Assista o vídeo abaixo e veja como trabalhar a psicomotricidade infantil.


quarta-feira, 27 de abril de 2016

Brincadeiras para bebê de um ano: 4 atividades que você pode fazer com seu filho.



A partir de um ano de idade é notável o desenvolvimento motor e intelectual da criança, que começará a querer explorar as coisas ao seu redor. Para estimular o crescimento saudável e criar momentos divertidos e amoroso com o bebê, é importante que os pais se envolvam em brincadeiras simples, mas que colaboram para o amadurecimento da criança. Confira quatro atividades para fazer com bebês de um ano.

Brincadeiras para bebês



Colecionar objetos
Leve o bebê para passear num parque tranquilo, no jardim do prédio e no quintal, dê um baldinho na mão dele e peça para que recolha coisas que interessarem – pedrinhas, conchas, folhas, galhos, por exemplo, desde que não seja nada perigoso ou sujo. Depois, peça para esvaziar e começar de novo. A atividade, além de mostrar ao bebê texturas diferentes, exercita a coordenação motora e os movimentos de segurar com as mãos.

Bola
Coloque o bebê sentado de pernas abertas no chão e faça o mesmo, encostando seus pés nos dele. Role uma bola leve e grande para ele e peça que ele role de volta para você . Essa simples brincadeira ajuda a exercitar a coordenação motora, e exercita os bracinhos em movimentos e recolher e esticar.



Brinquedo vivo
Pegue uma boneca ou bichinho que a criança gosta e finja que ele tem vida. Assim, troque a roupinha, coloque-o para comer, tomar banho e dormir junto com o bebê – tudo o que você disser ao bebê, diga ao boneco também. Essa atividade ajuda a criança a fixar melhor sua rotina e a desenvolver a linguagem.

Blocos
Como exige mais concentração, a brincadeira é mais indicada para crianças que estejam mais próximas dos dois anos de idade. Crie formas simples – retas e quadrados, por exemplo – com blocos de madeira e peça para que a criança faça igual. Depois inverta os papeis A atividade ajuda a desenvolver a coordenação motora, além da noção de tamanho e de espaço.


Fonte: http://www.bolsademulher.com/bebe/8370/brincadeiras-para-bebe-de-um-ano-4-atividades-que-voce-pode-fazer-com-seu-filho


terça-feira, 26 de abril de 2016

A criança de zero a três anos de idade

O desenvolvimento da criança se inicia a partir da concepção e evolui abrangendo aspectos neurológicos, cognitivos, afetivos, motores e perceptivos.

Podemos fazer uma analogia do cérebro da criança como uma clareira, enorme, disponível e receptiva. É como se fosse uma esponja pronta para absorver experiências, perceber e fazer sinapses. Toda experiência vivida por esses pequenos será parte integrante e importante da formação da personalidade do adulto que virá a ser. Por isso, conhecendo um pouco de como se desenvolvem poderemos auxiliar estimulando adequadamente sem exigir algo que não é apropriado para a etapa de desenvolvimento e também sem desprezar o aparato neuropsicomotor e cognitivo que têm, pronto para aprender e crescer de forma saudável.



SER PENSANTE
A criança, de acordo com a teoria piagetiana, até os dois anos de idade experimenta o período sensório motor em que a aquisição do conhecimento acontece por meio dos sentidos. A criança nessa fase necessita tocar e levar tudo à boca, maneira que conhece e experimenta o mundo. Essas ações acontecem de uma forma reflexiva, não há intenção nos atos.

Após essa etapa, a criança passa ao estágio pré-operatório que perdura aproximadamente até os sete anos de idade. No início dessa fase, a criança ainda acha - na verdade tem certeza - de que é o centro do universo. Egocêntrica, crê que tudo o que acontece é em função dela, as ações são irreversíveis e o raciocínio lógico ainda está em desenvolvimento. Ela não compreende as transformações e a reversibilidade, mesmo que ocorram na sua frente. Ao pegarmos, por exemplo, uma bola de massinha de modelar e esticá-la em uma cobrinha, a criança acreditará que na cobrinha há mais massinha. Ao colocarmos um fantoche do lobo nas mãos, a criança dará vida a ele ignorando que o viu sendo vestido pela mamãe ou professora. O jogo do faz de conta é importante para que os pequenos simbolizem o que sentem e elaborem seus conflitos, recriando experiências do seu dia a dia, representando o imaginário no mundo real, utilizando suas habilidades cognitivas e motoras.

SER EM MOVIMENTO
Até por volta dos três meses, o bebê ainda não consegue segurar objetos intencionalmente, somente por reflexos. Nesta fase é importante estimular os sentidos cantando, abraçando e acariciando o bebê. Os pais podem exagerar nas fisionomias bem próximas ao rosto da criança, demonstrando alegria e satisfação. Será um prazer único receber um sorriso de volta!
Em seguida, o bebê passa do estado de quase inércia para as primeiras reações intencionais.  Ele diverte-se quando é levado ao alto e gosta de fixar o olhar em objetos atraentes e coloridos e permanece maior tempo fixando o olhar nesses objetos.

Dos oito meses até o primeiro aniversário, aproximadamente, o bebê aprecia interagir com jogos simples e buscar por algum objeto de desejo. Gosta de bichinhos de pelúcia e bonecos, com muita cor.

De um ano a um ano e meio adora brincar de espalhar e guardar tudo, claro que a seu modo. Por volta de um ano a criança normalmente já tem seu aparato motor pronto para andar, mas se ela andar aos dez meses ou um ano e meio, ainda não é o caso de se preocupar, pois há diferenças individuais. É importante que ela passe por todas as fases de se arrastar, segurar, trepar, engatinhar e andar.

Um impulso que muitos pais têm nesse momento é oferecer o andador para a criança. Cuidado!!!!!! O andador só serve para dar sossego aos pais e é um dos maiores causadores de acidentes infantis graves e muitas vezes irreversíveis. Há países em que sua comercialização é proibida. O andador força a passagem das fases do arrastar para o andar, pulando etapas importantes na maturação motora. Estudos comprovam que essa antecipação pode comprometer também o desenvolvimento de outras áreas como a fala, por exemplo. Todas as etapas são imprescindíveis e a evolução de cada um deve ser respeitada e estimulada adequadamente.

Depois disso e até cerca dos dois anos de idade começa a reconhecer algumas cores e formas. Sabe procurar e encontrar objetos que guardou. Gosta de brinquedos que possa empurrar, puxar, encaixar e explorar com os dedos. É uma verdadeira pesquisadora referenciada tentando descobrir como as coisas funcionam. Os pais podem achar que não é cuidadosa, que destrói brinquedos, mas na verdade ela os multiplica e o faz para compreender o funcionamento. Por isso, brinquedos caros nessa fase nem pensar. Sucata e brinquedinhos de plástico (com os devidos cuidados com peças pequenas) são ideais para atender a essa curiosidade.

Dos dois aos três anos a coordenação fina está mais segura e é, geralmente, nessa época que a lateralidade (destra ou canhota) normalmente se define.

SER EM COMUNICAÇÃO
O desenvolvimento da fala e da linguagem têm início no nascimento e evoluirá por toda a vida. Os diferentes choros são as primeiras interlocuções. Os pais nos primeiros dias de contato com o bebê, já conseguem distinguir os significados de dor, fome, incômodo ou manhã em cada choro.

Então vêm os primeiros balbucios, aos três ou quatro meses. Aos cinco ou seis as primeiras palavras decorrentes dos balbucios “mãããmãmã“ “papapa”, “dadada” e as interações quando se volta para a direção de onde vem o som e já emite alguns ruídos com o intuito de chamar atenção. Gritinhos e gargalhadas tornam a rotina, muitas vezes exaustiva, num prazer inexplicável. Aos sete meses já atende e se volta, ao ser chamado pelo nome.
Por volta dos oito meses o pequeno começa a concentrar-se por um pequeno período de tempo, cinco ou dez minutos, ouvindo uma história e repetindo a seu modo tudo o que escuta, demonstrando aprovação. Gosta de reproduzir o que aprendeu com o telefone ao ouvido.
De um ano a um ano e meio adora imitar sons e aumenta seu vocabulário, mas ainda não muito extenso.

Após os dois anos a criança começa a descobrir o prazer em brincar com o outro. O egocentrismo começa a sair de cena e então começa o processo de socialização. Até os dois anos e meio a criança assimila centenas de palavras em pouco tempo. Já é capaz de construir frases simples completas e de verbalizar muitas palavras, mesmo que com erros fonéticos. Já anda por todo lado e é muito curiosa.

Compreende perfeitamente o significado da palavra “NÃO” e outras palavras de ordem. Reconhece e classifica formas, cores e espessuras.

Exagerem na cantoria, brinquem com palavras, músicas e poesias!

Dos dois anos e meio aos três anos, papais e mamães precisam ter bastante disponibilidade para responder a todos os questionamentos da criança: “Como?”, “Quando?” e o preferido “Por quê?”. Apesar da linguagem ainda estar em desenvolvimento, seu vocabulário já é bastante extenso. Consegue comunicar-se com perfeição.

O aparelho neuropsicomotor amadurece aos poucos, no sentido céfalo-caudal, ou seja, da cabeça para os pés. Por isso, primeiro o bebê levanta sua cabeça, o tronco, senta-se para depois andar. Há uma hierarquia e um amadurecimento motor a ser completado antes de acontecer a etapa seguinte.  Sabemos que uma criança não irá andar aos dois meses de idade certo?

Por isso é preciso curtir os pequenos e aproveitar cada fase sem ansiedade, evitando esperar resultados que ela ainda não está madura para tal.

Cada etapa é única e não volta mais. Então, se deliciem com o prazer de cada uma delas o que fará com que cresçam felizes e saudáveis física, emocional e cognitivamente!

Fonte: http://www.desenvolvimentodobebe.com.br/a-crianca-de-zero-a-tres-anos-de-idade/

segunda-feira, 25 de abril de 2016

O que a creche pode ensinar?

No Brasil, a ideia de um currículo para a Educação Infantil nem sempre foi aceita. O termo, porém, ganhou força na última década, quando passou a ser de fato compreendido como um conjunto de práticas intencionalmente planejadas e avaliadas - um projeto pedagógico que busca articular experiências e saberes da criança para inseri-la na cultura, capaz de prepará-la para encarar o Ensino Fundamental da melhor maneira possível.

Para Jean Piaget, o sujeito constrói seu próprio conhecimento, processo que se dá a partir da interação com os outros e com o mundo dos objetos e das ideias. Por isso, o currículo da creche deve apontar quais experiências de aprendizagem são fundamentais para o desenvolvimento da criança, levando-se em conta as principais conquistas deste período, como a marcha, a linguagem, a formação do pensamento simbólico e a sociabilidade. É este projeto pedagógico que vai orientar as ações e definir os parâmetros de desenvolvimento dos meninos e meninas.

Em 1998, o Ministério da Educação (MEC) publicou o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, documento que aponta metas de qualidade para garantir o desenvolvimento das crianças na creche e na pré-escola. Mas a elaboração de propostas curriculares municipais é bem mais recente.

Conheça, abaixo, os sete eixos de aprendizagem da creche organizados por NOVA ESCOLA para oferecer cuidado, segurança, acolhimento e condições para o desenvolvimento subjetivo e intelectual das crianças entre 0 e 3 anos.

1. Exploração dos objetos e brincadeiras

O brincar é o principal modo de expressão da infância e uma das atitudes mais importantes para que a criança se constitua como sujeito da cultura.

Quando brinca, a criança usa seus recursos para explorar o mundo, amplia sua percepção sobre o ambiente e sobre si, organiza o pensamento, além de trabalhar seus afetos e sensibilidades. Entre 0 e 2 anos, os bebês praticam os chamados jogos de exercício - as brincadeiras sensório-motoras designadas por Piaget, como quando os pequenos descobrem novos objetos ou imitam os gestos corporais e vocais de seus parceiros mais experientes, colocando em ação um conjunto de condutas que os ajudam a desenvolver suas potencialidades.

Por isso, desde o berçário, o professor deve observar e registrar as ações das crianças ao longo da brincadeira para propor desafios diferenciados, de acordo com a idade e a situação. O controle do corpo, os movimentos, as expressões e a exploração dos cantinhos - espaços da creche intencionalmente organizados para propor desafios - motivam os pequenos.
A partir dos 2 anos, as brincadeiras tradicionais, como as cirandas, são facilmente aprendidas e o faz de conta propicia a criação por meio de uma negociação de significados e regras compartilhadas. Quando brincam de faz de conta as crianças analisam aspectos da vida cotidiana e conquistam espaços de poder que as auxiliam a confrontar o mundo e os adultos. E é o faz de conta uma das principais marcas da entrada da criança no jogo simbólico, no universo da cultura e da sociabilidade.

Orientações para este eixo

BERÇÁRIO. Proponha brincadeiras diárias de esconder; encaixar peças; construir pistas; experimentar as propriedades dos objetos: quais rodam e quais não, quais flutuam e quais não, quais são duros e quais são moles; jogar bola; cirandar; imitar gestos motores e vocais dos companheiros.

MINIGRUPO. Brincar todos os dias é fundamental. Organize cirandas e brincadeiras de roda; brincadeiras de esconde-esconde; pega-pega; jogos com bola; faz de conta com uso de fantasias, marionetes e reprodução dos fazeres adultos.

2. Linguagem oral e comunicação

A linguagem é um bem cultural e é através dela que o pensamento humano se organiza. Na Educação Infantil é preciso garantir a constituição de sujeitos falantes por meio das brincadeiras, das cantigas de roda, dos jogos e na interação com os outros. No dia a dia da creche é preciso trabalhar a expressividade das crianças intencionalmente.
A fala é o principal instrumento de comunicação dos pequenos com os professores e seus colegas. Desenvolver a oralidade, portanto, é uma das habilidades esperadas nos primeiros anos de escolaridade.

Para dominar a oralidade, os pequenos colocam em jogo muitas competências, como informar fatos, descrever, narrar, explicar, transmiti uma informação a outra pessoa, contar acontecimentos passados, manifestar opiniões, concordar e discordar, predizer, prever, levantar hipóteses, manifestar dúvidas, expressar sentimentos e emoções. Mesmo os bebês são capazes de compreender o que se passa ao redor, antes que comecem a falar. As interações sociais são fundamentais para que os gestos e balbucios evoluam para expressões orais concretas, e o professor tem o dever de acompanhar e estimular todo este processo.
Quanto à linguagem escrita, é o adulto quem mostra às crianças o significado dos livros. Antes mesmo da apreensão dessa linguagem, portanto, as crianças devem ter contato com materiais impressos - seja ouvindo histórias, seja manuseando-os. O objetivo é ampliar o repertório das crianças e ajudá-las a organizar melhor o pensamento.

Leia histórias para as crianças, escreva as histórias contadas oralmente pelos pequenos para que eles produzam seus primeiros textos, estimule a comunicação em grupo, valorize as garatujas e ensine a escrita do nome próprio ainda na pré-escola. A creche deve, também, ser uma porta para a descoberta da funcionalidade da escrita, que desperte a curiosidade e estimule o início do que será adiante desenvolvido como comportamento leitor. Segundo o psicólogo Lev Vygotsky (leia mais sobre Pensadores), é preciso fruir a linguagem que se usa para escrever e, portanto, as práticas de leitura são imprescindíveis na vida diária dos bebês.

Orientações para este eixo

BERÇÁRIO e MINIGRUPO. O contexto rico de interações estimula a criança a expressar seus desejos, sentimentos e necessidades por meio dos gestos, balbucios e das situações coletivas de comunicação. Organize rodas de conversa e atividades de observação e conte histórias. Deixe, também, que as crianças imitem os colegas e aprendam a organizar instruções para as próprias brincadeiras, seguindo receitas e regras.

3. Desafios corporais

Este eixo trata de um ponto importante de desenvolvimento. Embora os bebês se movimentem desde o nascimento, um longo caminho de aprendizagem precisa ser percorrido para que a criança domine seus movimentos, atribua significações a si, aos outros e ao mundo. As ações reflexas são, aos poucos, substituídas pela complexidade do sistema de coordenação motora - o que pode ser amplamente estimulado pelas brincadeiras e na organização dos cantos na creche, que oferecem obstáculos e desafios à movimentação.

Assim como no desenvolvimento da linguagem, o movimento pode também introduzir a criança no mundo simbólico. É um ato cultural, no qual as crianças tanto imitam, quanto criam. Conhecer o corpo inclui trabalhar diferentes áreas, como as ciências e as artes.

Por isso, o professor deve reconhecer os movimentos da criança sem considerá-los "indisciplina", mas registrando os avanços motores. É indispensável, portanto, que a escola ofereça espaços para a criança rolar, sentar, engatinhar, andar, correr, saltar, segurar objetos e arremessá-los, manipulá-los e encaixá-los.

Mantenha a regularidade das propostas que envolvem os desafios corporais e introduza, se possível, atividades esportivas, de dança e circenses ao cotidiano da creche.

Orientações para este eixo

BERÇÁRIO. Estimule que os pequenos explorem diferentes espaços através de diversos movimentos, como engatinhar, sentar, manipular objetos, arrastar-se, rolar (circuito de obstáculos: túneis, passar por baixo de..., pneus etc.). A partir da conquista da marcha, as crianças podem aprender a correr, saltar, pular, subir e descer com maior autonomia.

MINIGRUPO. Propicie a exploração dos desafios oferecidos pelo espaço por meio da coordenação entre movimentos simultâneos. Ofereça, também, orientação corporal com relação às noções de frente, trás, em cima, embaixo, dentro e fora.

4. Exploração do ambiente

Para que as crianças possam aprender e agir sobre o ambiente em que estão inseridas, os cinco sentidos são mobilizados. Desde muito pequenos, os bebês são curiosos e observadores e a creche é o lugar para transformar esta curiosidade em conhecimento - sobre os animais, as plantas, os lugares, a tecnologia e o comportamento humano.
Neste eixo, os pequenos desenvolvem as habilidades para compreender o mundo físico e o social, atribuir explicações para os fenômenos da natureza e da sociedade em que vivem. Começam levando praticamente todos os objetos à boca e, aos poucos, tornam-se capazes de interpretar, de modo bastante particular, fenômenos complexos, como a diferença entre o dia e a noite.
Para tanto, estimule a observação, a construção de problemas de investigação e faça com que as crianças criem, no dia a dia, hipóteses a serem desvendadas. Na pré-escola, os pequenos devem saber como observar fenômenos constantes e esporádicos, distinguir luz e sombra, quente e frio, liso e áspero, escolher critérios de classificação dos objetos, completar modelos e reconhecer materiais diferentes. Brincadeiras, experiências e jogos que envolvam estes conhecimentos são atividades fundamentais.

Orientações para este eixo

BERÇÁRIO. Proponha brincadeiras com água, areia, terra e pasta de maisena para a exploração de texturas e propriedades dos materiais, como a temperatura e a consistência. Faça com que as crianças reconheçam sons altos e baixos, propicie as explorações de cheiros com alimentos e objetos e apresente situações que ilustrem reações de causa e efeito, por meio de brincadeiras e interações.

MINIGRUPO. Deixe que os pequenos atuem sobre objetos e materiais sob sua orientação. Estimule a criação de misturas; a observação de diferenças e semelhanças entre objetos; a elaboração de problemas simples; a convivência com regras; assim como a comparação de características físicas de lugares, pessoas e animais.

5. Identidade e autonomia

A criança se reconhece como tal a partir do reconhecimento do outro. À medida que são atendidos em suas necessidades básicas, os bebês identificam as pessoas que cuidam deles e aprendem a localizar-se no ambiente. Reconhecem que são distintos do restante do mundo ao levar os próprios pés e mãos à boca, antes dos seis meses. Em seguida, passam pelo reconhecimento da própria imagem no espelho, uma passagem fundamental para diferenciar o "eu" do outro.

Nas experiências de cuidado na creche, as crianças aprendem a vestir-se, pentear-se, alimentar-se e fazer sua higiene. Além disso, aprendem a sentir-se bem com esses hábitos. O professor - que é o principal parceiro da criança nas ações de autocuidado e precisa estar ciente do conteúdo simbólico de cada um desses hábitos - deve propiciar atividades contínuas de estímulo à autonomia, pois é com essas experiências que a criança entende as capacidades e inabilidades humanas e compreende as diferenças entre as pessoas como elementos de legitimidade. Com isso, os pequenos constroem sua forma de perceber e reagir às mais diversas situações, de acordo com possíveis regras de sociabilidade.

Na creche, a criança precisa aprender a lidar com a própria segurança. Espera-se que ao final da pré-escola os pequenos tenham hábitos regulares de higiene pessoal, controlem os esfíncteres - abandonando as fraldas por volta dos 2 anos - e auxiliem o adulto a vesti-la. Entre 2 e 3 anos, que expressem suas preferências, alimentem-se com talheres, não coloquem a mão suja na boca, não manuseiem objetos pontiagudos e busquem o próprio conforto. Por isso, a alimentação, a limpeza e organização dos espaços da escola, o conforto dos ambientes, as aprendizagens coletivas e as brincadeiras com água são pontos importantes, que precisam ser amplamente planejados pelos educadores.

Orientações para este eixo

BERÇÁRIO e MINIGRUPO. Organize jogos interativos com adultos e crianças; faça com que os pequenos se familiarizem com a própria imagem corporal; estimule a comunicação com diferentes parceiros; ensine a apropriação de regras de convívio social e de hábitos de autocuidado; dialogue para ajudar as crianças a solucionar dúvidas e conflitos e para que reconheçam e respeitem as características físicas e culturais dos colegas.

6. Exploração e linguagem plástica

As crianças pequenas observam e atuam no mundo com curiosidade, sem obedecer a padrões previamente estabelecidos. O contato com as linguagens plásticas desde bebês estimula a capacidade de explorar formas, cores, gestos e sons. Para agir de forma produtiva nesse eixo, é fundamental valorizar a atitude investigativa dos pequenos. Uma creche com ambiente favorável e professores conscientes de que o processo dos pequenos é mais importante do que os produtos resultantes deste processo tende a formar crianças mais abertas a desafio expressivos e, portanto, às artes.
A creche deve propiciar muitos momentos de pesquisa, experimentação e variedade de materiais e suportes - que devem ser apresentados à crianças antes da realização de cada atividade. O trabalho frequente com melecas, giz, tintas feitas à base de pigmentos naturais, em cartazes, nas paredes da creche ou em folhas de papel é essencial.

Orientações para este eixo

BERÇÁRIO. Propicie o acesso a diferentes manifestações do campo visual - desenho, pintura, fotografia e estimule o reconhecimento e a exploração das primeiras marcas gráficas.

MINIGRUPO. Nessa fase a criança forma um repertório de imagens de referência. Por isso, proponha diversas experimentações artísticas com melecas, tintas e misturas, valorize as garatujas e faça com que os pequenos reconheçam os próprios desenhos e explorem as relações de espacialidade.

7. Linguagem musical e expressão corporal

Por volta dos vinte dias de idade os bebês são capazes de reconhecer a voz materna. Antes disso, no entanto, já estão imersos no mundo sonoro e conseguem distinguir a voz humana de outros ruídos. O primeiro contato com a música, nas cantigas e brincadeiras maternas, é essencial para que a criança crie vínculos - fenômeno que tende a ampliar-se no berçário, quando o bebê conhece uma profusão de sons e o professor abre um novo canal comunicativo. As músicas ligadas a gestos e a brincadeiras tornam-se fontes inesgotáveis de exploração. Com alguns meses de vida, a criança passa a chacoalhar, bater e interagir com objetos diversos, em busca de novos sons.
Para que os pequenos desenvolvam percepções de timbre, duração, altura ou intensidade sonora - mesmo que não saibam nomear essas características na creche - o professor deve cantar muito, tanto para o bebê, quanto nas atividades em grupo, além de estimular os pequenos a ouvir música, independentemente da idade. O professor tem a responsabilidade de ampliar o repertório das crianças, apresentando canções regionais e folclóricas. Assim que possível, deve organizar momentos para que as crianças acompanhem o canto utilizando instrumentos, batendo palmas ou coreografando gestos, sem exigir o ritmo exato. Desde cedo, os pequenos são capazes de reconhecer suas canções favoritas pelo movimento corporal. Jogos musicais, canções, parlendas e trava-línguas são boas atividades cotidianas.

Orientações para este eixo

BERÇÁRIO. Valorize os momentos de percepção e de reação aos sons ambientes, o reconhecimento de vozes familiares e de músicas favoritas pelo movimento corporal, a produção de sons ao bater, sacudir ou chacoalhar objetos, assim como a utilização do corpo e da própria voz.

MINIGRUPO. Proponha desafios de canto - individuais ou em grupo -; jogos e brincadeiras musicais. Relacione a música com a expressão corporal e a dança e ensine às crianças como identificar silêncios, pausas, sons da natureza, da cultura e passagens sonoras. Estimule-os, também, a escolher suas canções favoritas.

Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil/0-a-3-anos/creche-pode-ensinar-548829.shtml
 

Educação Infantil: Berçário, Creche e Escolar